“A Moda Vende Sonhos”
Olá
leitores, seguindo as palestras e discussões do SPECOERA, depois das oficinas e
da mesa sobre demi couture, houve uma performance muito interessante para
posteriormente iniciar a próxima mesa com o tema de “Moda Para Todos”, mediada
por Chiara Gadaleta essa era a mesa que eu estava mais esperando, pois trataria
de jornalismo de moda entre outras coisas.
Como
convidados estiveram presentes Nana Caetano editora de lifestyle da revista
Vogue, André Do Val editor do portal Chic e Camila Yahn editora de conteúdo do
portal FFW , inicialmente começou-se o debate falando muito de público alvo e
de como esse publico se comportava acessando diversos sites e se eles se
comunicavam, nesse momento Camila disse uma característica do FFW que é ser um
site aberto cujo o conteúdo pode ser diversificado embora isso não quer dizer
que o site não tenha o seu público específico. É desse trecho que surgiu uma
discussão interessante sobre a imagem, como já falei aqui em outras ocasiões a
imagética na área de moda é muito importante, porém como discutido nessa mesa
ela não possui elasticidade para se adaptar ao diferente ao novo.
Como
o tema era Moda para todos e o evento além de falar de moda também trabalhava
com o tema da sustentabilidade, houve a dúvida sobre o espaço da sustentabilidade
em cada veículo e se de fato havia espaço na mídia de moda para tratar sobre o
assunto, pelo menos o que se percebeu é que todos são unânimes nesse quesito
que há sim abertura, porém faltam pessoas qualificadas para tratar desse
assunto e a postagem só ocorre se for algo interessante. Posteriormente ocorreu um fato bem interessante sobre para
quem os sites falam , quem os acessa quais as características que os
diferenciam de uma revista como a Vogue ou Elle, foi ai que eu pelo menos
entendi algumas coisas sobre o Chic, André salientou em sua retórica que a
linguagem do site não é feita para insiders isto é para o mundo da moda, isto
ocorre por causa da alta visibilidade que Glória Kalil conseguiu através de
suas aparições na TV e também pelo fato de que há uma preocupação muito forte
com a inclusão de colocar o leitor no mesmo pensamento do jornalista que criou
a matéria.
Interessante
não é? Porém nem sempre é assim uma das constatações que ocorreu nesse dia foi
que a industria não olha para o diferente se ele não tiver uma voz econômica,
em miúdos quer dizer que a TV,Jornal e revista só está olhando para a classe c
pois ela pode consumir os produtos oferecidos. Após essa discussão sobre mídia
on line chegou-se a um ponto muito
delicado sobre a mídia impressa e como ela inclui o todo na linguagem de moda,
isso é muito curioso pelo menos na revista Vogue que segue a filosofia de
vender sonhos, porém isso não quer dizer que a revista não se importe com os
problemas sociais, para isso a revista assinou um termo de responsabilidade onde
ela se compromete em divulgar os problemas particulares de cada país e também
evitar colocar pessoas doentes ou menores de 16, esse termo foi assinado por
todas as Vogues do mundo um exemplo é a Vogue china que vai lutar contra a
obesidade, a americana contra a anorexia
e a brasileira contra os excessos de tudo.
Isso
é um início de uma discussão social que procura incluir todos em um só diálogo,
uma discussão primordial sobre essa inclusão é sobre o que é beleza na Vogue
pelo menos essa discussão vai um pouco além do físico já que a revista vende
uma mulher impecável, porém sempre há tentativas de criar uma cara brasileira
através das particularidades do país com exceção das capas internacionais a
procura de uma mulher brasileira é constante nos corredores da Globo/Condé Nast.
Durante
um período acreditou-se que Gisele Bündchen era a beleza universal e que essa
beleza a transformava em uma mulher que pode tudo, porém esse poder tudo não é
comprar o item mais caro e sim poder tudo mesmo em todos os sentidos, que é uma
das prerrogativas da publicação de que a mulher que consome Vogue pode tudo de
fato. Ultimamente fala-se muito de espírito brasileiro o que facilita uma
avaliação de nós mesmos, pois todos olham para nós como salientou Nana Caetano “Olhamos para gente quando o exterior
também olha”.
Atualmente
a mídia impressa constatou que houve uma redução de espaço por causa da
internet e sua facilidade de acesso a informação, isso é muito interessante
pois mostra uma tendência do investimento ao jornalismo para destacar, esse investimento vai contra
um dos dogmas da mídia impressa principalmente em revistas onde só publicam o
que for relevante, porém isso não quer dizer o impresso vai ser extinto já que
muitos ainda procuram esse tipo de informação.
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