sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Moda é F#%@ por Paulo Martinez

As aventuras na moda de Paulo Martinez


            Esse poderia ser o nome do livro que o editor de moda e stylist, lança semana que vem no shopping Iguatemi, entretanto o autor escolheu outro nome para sua 1° incursão no mercado literário.  

            Tal qual Regina Guerreiro de quem Paulo foi assistente, seu livro chamado “Moda é F#%@” narra a trajetória desse profissional, respeitado e tradicional no meio da moda. Além de imagens o livro conterá depoimentos de diversos profissionais que trabalharam com Paulo Martinez, entre eles estão: Regina Guerreiro, Costanza Pascolato, Carol Ribeiro, Alexandre Herchcovitch, Bob Wolfenson, João Pimenta, Marcos Costa, Mariana Weickert.

Carol Ribeiro com styling de Paulo Martinez , para a FFW_MAG!

            Só por esses depoimentos a obra já promete, entretanto o livro de Paulo pode ser considerado muito mais que isso, já que acrescenta informação e principalmente referências na ainda pequena biblioteca de moda brasileira. Assim como o UI o livro do editor também será lançado pela Luste Editores. 

(Fotos retiradas de Petiscos)

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

O Luxo e Suas Metas Inatingíveis

Não querem mais a Alexa.


            O post apresentado aqui, é inspirado em uma matéria de Mariana Inbar redatora do Petiscos de Julia Petit, na matéria ela colocava uma luz sobre a britânica Mulberry que há algumas estações lançou a Alexa bolsa inspirada na modelo Alexa Chung, e lançou moda para as it girls.

            Entretanto ainda mais, Mariana propôs um reflexo sobre o mercado de luxo como um todo, isto é qual há necessidade a it bolsa ou da it maquiagem a cada estação? O caso da Mulberry como apontado na matéria é emblemático já que ela está querendo mudar de nicho contratando inclusive o CEO da francesa Hermès, entranto será que vale a pena? E esse sufocamento inclusive vai de encontro aos desfiles da alta costura francesa.

            Pode parecer uma comparação absurda, porém não é o que se viu nas passarelas de Paris esse mês foi uma moda econômica e até tímida, colocando em miúdos não houve espaço para o sonho teatral e dramático ao qual estamos acostumados quando falamos de alta costura. Mas será que o mundo não está cansado? Durante seu texto a autora coloca algumas aspas uma delas me chamou atenção, pois diz que tudo cansou.

            Essa febre de cansaço ainda não se abateu sobre o nosso país tropical, mas é questão de tempo. Hoje o acesso à informação está muito mais dinâmico, portanto daqui a alguns anos não vamos querer mais a it bolsa já que procuraremos a nossa própria identidade assim como os europeus que já estão o fazendo com o mercado de moda.

(Foto retirada de Bagaholicboy)
            

Melissa expõe seu desfile da SPFW

Melissa leva a viajante para a Rua Oscar Freire.


            2013 foi um ano diferente para a Grendene e Melissa, a marca não apostou em um lounge na SPFW, e realizou seu 1° desfile. E agora leva toda a atmosfera de seu inverno étnico e multilinguagens para a Galeria Melissa nos jardins, entretanto ao invés de apostar em um desfile para os clientes a marca mais uma vez inova.

            Seguindo o exemplo de Vivienne Westwood que teve algumas peças expostas na loja durante a sua exposição no Centro Brasileiro Britânico, a Melissa fará o mesmo. Para esse evento foram escolhidos os 10 melhores looks apresentados, segundo a Melissa essa exposição tem como propósito “trazer uma experiência única de moda para os visitantes, clientes e fãs da marca, reproduzindo a atmosfera de um desfile, para dialogar com as roupas expostas a fachada da loja terá elementos remetendo a passarela étnica e urbana usada na SPFW.



            Interessante não é? se você não conseguiu ir ao desfile da SPFW, mais uma oportunidade de conhecer o trabalho dos estilistas e também os sapatos do inverno, que assim como o desfile trazem multilinguagens e traços étnicos. 


(Fotos retiradas de FFW)

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

To Tommy, from Zooey: A Nova Parceria de Tommy Hilfiger

Hilfiger visita os anos 60 em coleção capsula.



A tradicional marca Tommy Hilfiger, depois de anos investindo apenas em clássicos que agradam em cheio os mais conservadores, se reinventa entrando na onda de parcerias com celebridades e estilistas.

            A escolhida dessa 1° edição foi Zooey Deschanel atriz conhecida por seu descolado guarda roupa, seu trabalho para a marca consistiu em uma série de vestidos anos 60’s remetendo a ícones como Twiggy e Jean Shrimpton. É interessante observar que a reciclagem não descaracterizou a marca, os ícones e as cores instituídas por Tommy continuam lá, é possível observar características históricas da marca como as cores: vermelho, azul e branco.



            Em entrevista ao Woman’s Wear Daily (WWD), Zooey afirmou que adora peças vintage e que está sempre procurando formas de incorporá-lo ao seu armário cotidiano além de salientar que ela e Hilfiger nutrem a mesma paixão por filmes, músicas e itens clássicos/vintage. Tommy por sua vez teceu elogios dizendo que Deschanel lembra Audrey Hepburn, é engraçada, mas pé no chão e tem aquela elegância típica de Jackie Onassis.

            Quanto a linha de roupas, ela estará nas lojas em abril, mas já estão na internet algumas fotos para nós tirarmos as nossas conclusões do trabalho de Zooey e Tommy. 

(Fotos retiradas de Petiscos)

Senai Mix Design: Verão 2015


Um mix de tendências para 2015





          Embora estejamos no auge do verão 2014, e nem chegamos ao inverno é sempre bom pensar na próxima estação não é? Por essa razão o SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de São Paulo) promove essa semana em São Paulo o Senai Mix design, esse evento é atrelado com o lançamento de um box contendo as principais inspirações para a nova estação em diversas áreas como moda, calçados, jóias e artefatos de couro.

           Só pela antecipação já seria interessante, entretanto o evento também contará com oficinas baseadas em cada uma das áreas abordadas no livro de inspirações e tendências. Além de São Paulo outras unidades receberão o evento entre elas estão: Franca, Jaú, Birigui, Americana, Santo André, Limeira, Cerquilho São José do Rio Preto e Araçatuba. Em cada uma delas haverá oficinas exclusivas, em Franca serão voltadas ao mercado de calçados e artefatos de couro, e em São Paulo ao design de vestuário e artefatos em couro, quanto às outras cidades a programação ainda não foi divulgada, só as datas.

           O evento será dia 29 em São Paulo assim como em Franca, depois conto como foi. Se quiserem mais informações, acessem o site do SENAI que tem todas as informações.

(Foto retirada do Facebook do Senai Mix Design

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Paris Haute Couture: Zuhair Murad

A Natureza Exuberante Encerra a Semana de Moda



            Esse foi o tema trabalho pelo estilista Zuhair Murad, porém a sua exuberância não consistia apenas em vestidos longos e sim estava espalhada e decomposta em toda coleção, como uma acertada e estruturada coleção de couture.

            O desfile iniciou-se com uma série de looks brancos trabalhados com renda, o interessante nesse 1° momento da coleção foi que o estilista não foi pelo caminho da transparência, e sim alternou peças transparentes com a clássica alfaiataria. Destaque para a calça branca cintura alta combinada com uma blusa totalmente de renda mostrando a diacronia existente, além disso, houve espaço também para vestidinhos brancos com volumes que destacavam partes do corpo feminino.




            E assim como o dia o desfile também foi escurecendo, após os brancos Murad explorou o dourado, preto, rosê, azul piscina, salmão, nude, verde, lilás para no final voltar ao branco com a clássica nova, o desfile em si não trouxe nenhuma estrutura ou ideia nova, mas vale mencionar que pelo menos nessa coleção houve a entrada de alguns novos elementos do universo de Zuhair Murad como a alfaiataria.

            Em cada bloco da apresentação sempre havia algumas peças mais estruturadas que contrastavam com a leveza e magnitude dos vestidos pelos quais o designer é conhecido. Vale destacar que ele também apresentou uma reinterpretação de Christian Dior e o tailleur bar, na interpretação do libanês a cintura de vespa se manteve, mas o casaco característico saiu de cena permitindo que os ombros ficassem a mostra dando um toque de feminilidade.



            Assim como Elie Saab, Zuhair Murad apresentou um desfile correto e eficaz, o que faltou a Schiaparelli, Vionnet, Chanel e Dior foi justamente enxergar o óbvio. De que a alta costura não precisa ser reinventada, e sim que ela precisa unicamente vender sonhos e inspirar as pessoas, assim como Zuhair fez em seu desfile que encerrou com garbo e elegância a semana de Paris. 


(Fotos retiradas de Elle)

Paris Haute Couture: Valentino

O animal operístico e monástico de Valentino


Já faz algum tempo que Valentino Garavani não cria mais as suas coleções. Porém o seu desfile sempre é muito aguardado em Paris, já que Maria Grazia Churi and Pierpaolo Piccoli conseguem com maestria unir inovação e tradição em uma mesma apresentação.

            No desfile apresentado ontem não foi diferente, com referencia ao mundo animal a dupla de designers conseguiu unir refinamento e ousadia sem perder o estilo tão conhecido. Essa união ficava clara desde a abertura da apresentação que começou com uma série de caftans monásticos, como se fossem togas ou roupas religiosas, só posteriormente foram apresentados os vestidos clássicos da Valentino, entretanto a dupla fugiu o óbvio vermelho apostando em tons africanos como o caqui e o marrom.




            O interessante foi que a dupla também usou estampas de leões, a primeira vista essas estampas remetem ao cartaz utilizado no musical O Rei Leão principalmente por causa do traço artístico. A tradicional alfaiataria também não foi esquecida, para a próxima estação Maria Grazia e Pierpaolo propuseram alguns conjuntos de blazer e calça similares aos kimonos japoneses. E por fim foram apresentados os vestidos da coleção, mas a dupla não investiu em armações e excesso de tecido o que foi visto na passarela foi uma couture enxuta, eficaz e elegante em alguns momentos esses vestidos pareciam roupas de balé.

            E não é só de curtos que é feita a coleção de Valentino, houveram também longos ricamente adornados como figurinos operísticos, nessa categoria se encaixam o vestido com notas musicais e os vestidos pretos que traziam texturas e estruturas inovadoras.


(Fotos retiradas de In Voga)

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Paris Haute Couture: Jean Paul Gaultier

Uma Borboleta teatral e burlesca



            Depois da realeza de Elie Saab, Jean Paul Gaulter foi exatamente o antídoto necessário. Se um estilista trabalha elegantemente com criolinas e tules, o enfant terrible da costura francesa anarquizou todas essas regras assim como Vivienne Westwood.

            Inspirado nas borboletas, o estilista as desconstruiu explorando desde as cores até a estrutura desses pequenos insetos, essa desconstrução era visível nos looks apresentados já que cada um tinha um detalhe e uma estrutura diferenciada, a 1° vista parecia haver uma falta de unidade na coleção de Gaultiter, mas isso não ocorreu já que ele soube trabalhar apuradamente com cada um dos componentes da borboleta.



            Sua alfaiataria merece todos os elogios, com saias e paletós estruturados ele conseguiu trazer a referência para o cotidiano explorando as golas dos paletós como se fossem asas da borboleta o que dá um efeito impressionante ao vivo, além disso, Gaultier também criou calças e blusas mais rebuscadas na medida para sua clientela mista assim como as linhas de criação apresentadas. O mais impactante foi que o estilista subverteu as regras e não apresentou grupos de roupas e sim alternou mostrando looks conformistas com outros mais ousados.

            Nessa coleção também era possível perceber um tom de retrospectiva, em um dos looks Gaultier recriou sutilmente o corselet de Madonna no show ambição loira de 1990, porém o final do desfile guardava alguns pontos de impacto onde de fato estava a borboleta proposta, usando Dita Von Teese como modelo o estilista apresentou a inspiração em completa magnitude, embora o último bloco tenha sido majestoso em sua totalidade o look de Dita era de fato a borboleta com direito a estruturas semelhantes a asas e cores também semelhantes as do inseto. E como todo desfile de couture, Gaultier encerrou a apresentação com uma noiva, mas não a convencional de vestido branco sonhador, e sim com uma bailarina de cabaret de véu e penas como as dançarinas de cancan.


 

(Fotos retiradas de WWD)

Paris Haute Couture: Elie Saab

A Pintura viva de Elie Saab


            Essa foi a sensação e o tema do desfile apresentado hoje no Théâtre National de Chaillot, inspirado no trabalho do artista plástico Lawrence Alma-Tadema o estilista apresentou uma coleção concisa e feminina sob medida para os tapetes vermelhos e eventos sociais elegantes.

            Essa elegância ficava clara na divisão de looks apresentada, o desfile começou com uma série de vestidos pretos bordados a primeira vista eram apenas monocromáticos, entretanto após uma observação mais apurada era possível identificar uma série de características do trabalho de Saab. Destaque para as transparências e os detalhes que realçavam partes do corpo como os quadris e as fendas deixando os looks extremamente femininos e contemporâneos.



            Já seria uma coleção linda se só houvesse os pretos, mas Elie Saab também propunha uma série de longos principescos remetendo aos contos de fada, e imponentes como as premiações pedem e necessitam. O estilista trabalhou também outros tons como o lilás, o azul, dourado, salmão, branco e nude.


            O mais interessante na coleção não foram os vestidos em si, mas a maneira que eles foram organizados, todos os blocos começavam com os vestidos leves e discretos para posteriormente entrarem os majestosos longos recheados de tule e creolina. A passarela também merece um destaque em uma temporada de excessos como o “iglu” da Christian Dior, Elie Saab mostra que não precisa de muito para realizar um bom e eficaz desfile de alta costura, com apenas uma passarela nua ele conseguiu vender o seu sonho que é atualmente a função desse nicho de mercado.


(Fotos retiradas de In Voga)

Paris Haute Couture: Stéphane Rolland

Em meio ao tédio Stéphane Rolland cria uma mulher exuberante.


            Depois de tentativas frustrantes de uma coleção de alta costura, coube a Stéphane Rolland a criação de uma coleção digna nessa semana em Paris. É interessante observar que diferente de Chanel, Schiaparelli, Vionnet e Dior ele não tentou recriar ou mudar a alta costura. A sua coleção é digna de tapete vermelho quase como Donatella Versace, mas sem tantas transparências e aplicações.

            Rolland criou uma mulher chique, rica e elegante com direito a vestidos dignos de qualquer premiação, em alguns momentos parecia que as mulheres criadas pelo designer flutuavam na passarela como borboletas ou aves do paraíso. Além dos longos o designer também mostrou em sua passarela uma acertada alfaiataria na medida para a mulher contemporânea, merece menção também a acertada cartela de cores, ao invés de criar grupos disformes como Hussein Chalayan na Vionnet o estilista abordou as borboletas como uma evolução alternando momentos claros e escuros.




            Para conseguir e criar o efeito borboleta, Rolland também trabalhou estruturas destacando partes chaves de cada vestido, em alguns eram os ombros em outros os quadris e assim sucessivamente. Em outras ocasiões poderia parecer agressivo, entretanto o designer utilizou-se desse artifício combinado com tecidos finos e estruturados como a organza. A transparência que já apareceu nessa temporada, também foi recriada por Rolland em um longo branco com aplicações semelhantes a escamas ou algum tipo de proteção.


            Se até o momento os desfiles estavam tediosos e sonolentos, Stéphane Rolland conseguiu alterar essa sensação. Através de uma coleção, simples e eficaz digna de alta costura.  


(Fotos retiradas de WWD)