quarta-feira, 3 de outubro de 2012

SPECOERA: Karla Girotto e Andréia Bisker


“O novo luxo não é status.”



            Olá leitores do blog, depois da coletiva com Chiara Gadaleta houve  um  brunch orgânico muito interessante, eu particularmente não sou adepto desse tipo de culinária mas me surpreendi com os itens disponíveis e também com o gosto pois a comida estava muito saborosa e nem parecia ser feita com produtos orgânicos.

            Posteriormente houve uma oficina de turbantes da qual não participei, porém pareceu ser bem divertida, depois houve a mesa redonda de Andréia Bisker do bureau de tendências WGSN e Karla Girotto falando sobre Demi Couture, novo luxo e tendências, eu não sabia do que se tratava mas o debate foi muito elucidativo acabei descobrindo que esse termo é um tipo de produção de roupas porém ao invés de ser totalmente tecnológica essa produção é um tipo de alta costura mas  engana-se quem pensa em vestidos de sonho caríssimos que só as celebridades utilizam. A demi couture tem o mesmo acabamento e cuidado, porém de um preço mais competitivo, essa tendência começou em 2005 pelas grifes europeias que deram a oportunidade para os clientes personalizarem as roupas sendo a Prada de Miuccia a 1 a oferecer esse tipo de serviço aos seus clientes.

             Na realidade esse demi couture que significa ½ costura nada mais é que um mecanismo de sobrevivência do mercado um mercado saturado e cansado dos sonhos mas isso não quer dizer que a indústria de luxo acabou e sim que ela mudou de conceitos, inclusive hoje em dia a localidade do produto ou seja a herança dele é definida como luxo sendo chamado de novo luxo, esse conceito inclusive vai contra alguns conceitos que a sociedade atual que espera ser tudo rápido esse excesso de rapidez tem se mostrado falho e ineficiente, como Karla Girotto bem definiu estamos repetindo modelos datados que se mostraram ineficientes em outros lugares.

            Essa repetição se mostra visível através das tendências  que se utilizam de dois meios de pesquisa intitulados de Bubble Up e Trickle Down, a primeira palavra define um movimento atual quando a rua chega a passarela e o segundo é o contrário quando a passarela dita a tendência. Essas palavras hoje estão meio confusas no panorama já que hoje em dia é mais comum a rua ditar o que a passarela irá mostrar e não ao contrário então o Bubble up é a maneira mais comum de se encontrar tendências.

            Esse assunto é bem interessante já que através desses tipos de Bureau é que podemos definir o que será usado na próxima estação e o que o público pensa, houve uma época que essa constatação acontecia de uma maneira mais lenta como exemplo das calças skinny que em 2004  começaram a ser usadas por um pequeno grupo de pessoas chamados de Early Adopters, posteriormente houve as Trendsetters no ano seguinte e por fim o mainstream a partir de 2007, essa descoberta de tendências era chamada de sistêmica pois era encontrada através de situações as quais acontecem espontaneamente, hoje em dia essas tendências estão mais randômicas isto é tudo ao mesmo tempo agora na perspectiva atual todos tem acesso a elas imediatamente, uma tendência não demora mais quatro anos para ser encontrada pelo público em geral como foi com as calças skinny.

            E a demi couture onde se insere nesse panorama, ela inseri-se quando se tem em mente que esse tipo de roupa é o ½ termo entre o sonho e o produto, ou seja, é um produto que pode ser lapidado para atender suas necessidades e anseios, esse atendimento provoca a personalização um evento muito  interessante pois a sociedade atual deseja uma assinatura porém não quer ser igual a um grupo de pessoas.

            A tendência hoje principalmente defende a atemporalidade, ou seja, o que é eterno prevalecerá então a demi couture está se tornando uma forte tendência, pois cada roupa por ser personalizada torna-se atemporal,  e essa personalização se torna um tipo de merecimento ao consumidor tornando-se o novo luxo que está mais conectado ao merecimento e não a status como o velho luxo. Um exemplo de uma marca que divulga seus produtos dessa maneira é a Hermès que divulga suas bolsas não como um produto a ser consumido imediatamente e sim um produto a ser desfrutado que merece atenção pelos mínimos detalhes e que também pode ser personalizado ao gosto de seu cliente.

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