sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Os Steampunks eqüestres de João Pimenta



“Estilista procura os monstros em seus príncipes na SPFW”


Após o norte exótico da Maria Bonita, eu e Francine fizemos um intervalo para descansarmos e passearmos um pouco pelo evento já que o nosso próximo desfile seria o de João Pimenta.

Não conhecia a fundo o trabalho do designer quando entrei para assisti-lo e mais uma vez fui surpreendido com uma coleção coesa e moderna, que atrelava alfaiataria com peças mais contemporâneas e também com máscaras.

O fato das estarem máscaras no desfile só descobri assim de li o release da marca e vi que o designer havia se inspirado no movimento steampunk que alia elementos futuristas com outros antigos criando uma proposta visual nova e conectada com o novo, ainda lendo os releases percebi outra referência dele que era a idéia de que “todo o príncipe tem seu monstro”.

Foi dessa inspiração que saíram as silhuetas que remetiam a Inglaterra imperial e também ao hipismo, pode parecer estranho, mas enxerguei referências a esse esporte principalmente nos sapatos que mais pareciam botas de montaria, outro ponto que chamou atenção foi a cartela de cores escura que contrastava com as máscaras e os acessórios.

Além disso, houve uma proposta curiosa no desfile que foram as saias, é isso mesmo João pimenta propôs saias longas no seu desfile, é claro que esses conceitos serão diluídos para a construção da coleção, mas achei bem exótico e diferente foi através dessa proposta de vestimenta que vi claramente a referência aos príncipes, já que até aquele momento eu só havia enxergado as silhuetas mais secas e estruturadas que remetiam ao século XIX.

Outro ponto que me chamou atenção foi a cartela de tecidos usada, até aquele momento todas as coleções que havia visto sempre propunham tecidos mistos que poderiam ser usados em diversas estações, mas ele não os tecidos de João Pimenta foram os mais invernais possíveis como a Lã, Lã Fria, Couro entre outros, dando ao inverno uma cara típica da estação.

Se João pimenta queria colocar os steampunks no mundo moderno ele conseguiu.


(Foto retirada de: http://www.closetonline.com.br/noticia/jornalismo+de+moda/Design/3642/Jo%C3%A3o+Pimenta+cria+cole%C3%A7%C3%A3o+exclusiva+para+Fernanda+Yamamoto, E Vídeo feito por mim @rodolfoalves_)

http://www.youtube.com/watch?v=pVt9Sv-wCHo&feature=youtu.be

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

A Bossa do Norte veste a Maria Bonita




“Com referências ao norte Danielle Jensen reinventa o tricô”


Depois daquele espetáculo que foi o desfile de Glória Coelho, tive a oportunidade de ver em seguida o que a estilista Danielle Jensen propunha para o inverno.

E fui surpreendido positivamente, com tricôs largos e quentes além de casacos e chapéus, inicialmente não compreendi muito bem o contexto da apresentação, mas lendo o release da marca, descobri que a inspiração principal da estilista foi uma viagem ao norte. Onde ouve a percepção de itens cotidianos que mudam de função de acordo com seu uso como cintos e sapatos.

Lendo posteriormente a critica do desfile nos sites a fora, descobri outros pontos curiosos da coleção como o uso de renda guipure para a confecção de imagens em bolsas e acessórios, outro ponto que me despertou foi o uso de látex em vestuário ele apareceu no desfile como paetê aplicado em camadas dando um aspecto pesado em alguns looks.

Mas o destaque para mim sem dúvida foram os tricôs propostos pela marca que inclusive utilizavam o látex, mas desta vez com um aspecto transparente que dava leveza a o estilo rude dos tricôs que foram feitos manualmente utilizando rayon escovado para se assimilar a pelo, outro ponto que se destacou na minha humilde opinião foi à passarela, se no desfile anterior ela era toda branca no da Maria bonita havia uma interessante intervenção com folhas secas que dava a impressão mesmo de estarmos na Amazônia, com direção de Daniela Thomas o desfile foi bem ágil e consistente com uma coreografia certeira que dava a impressão de uma marcha.

Outro ponto que merece certo destaque é a cartela toda baseada em tons terrosos e suas variações, vendo o desfile da marca pude constatar que o inverno será quente como a Amazônia, mas feminino como pede o estilo da grife, essa feminilidade se fez presente nos detalhes das peças como bolsos de acrílico e os bordados em canutilhos que evocavam grafismos e pinturas corporais tão tradicionais nos índios da região.

E mais uma vez Danielle Jensen reinventa a sua Maria Bonita que procura eternamente um Lampião para chamar de seu.

(Foto retirada de: http://www.roupas.com/maria-bonita/)

Segue abaixo um vídeo que fiz da ultima entrada das modelos no desfile

http://www.youtube.com/watch?v=78KK1RYFb9Q&feature=youtu.be

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Entre Neutrinos e Vulcões surge Glória Coelho




“Estilista lança inverno intenso e fresco na SPFW”



Olá leitores tudo bem? Alguns dias depois do desfile de R Rosner na bienal, estive de volta a SPFW na segunda feira, na verdade fui também no domingo tentar cobrir o desfile da Colcci, mas não foi possível já que as presenças de Ashton Kutcher e Alessandra Ambrósio na passarela dificultaram a retirada de convites para a imprensa não credenciada.

Pois bem na segunda feira o dia começou bem surpreendente com o inverno fresco e intenso de Glória coelho, para quem não sabe a estilista é mundialmente conhecida por criar roupas usáveis, mas com um toque conceitual muito forte o que torna a sua roupa única, para mim a coleção dela sempre teve um corte incrível, mas um conceito pouco difícil para a compreensão de quem não havia visto o seu desfile e consome a grife em multimarcas.

Tive uma agradável surpresa quando assisti a coleção e vi que o conceito estava presente e bem delineado em todas as peças, nessa estação a designer se inspirou em vulcões e os desenhos que as nuvens fazem quando os mesmos entram em erupção. Esse tema de acordo com a designer em entrevista a Lilian Pacce surgiu durante as férias no deserto do atacama no Chile, nessas férias a estilista viu a erupção de um vulcão foi de onde saiu o tema central da coleção e também o conceito de neutrino que é um dos componentes desse fenômeno natural.

Para trabalhar esse tema Glória utilizou outras referências como às décadas de 30, 50, 60, 90 além de uma pitada de 2012, essas décadas eram muito vistas nas silhuetas propostas pela designer que eram sempre soltas e amplas em alguns momentos e em outros mais rígidas e secas com cinturas marcadas, além dessas silhuetas a designer se utilizou também de tecidos fluidos e estruturados os que entravam em consenso fazendo uma interessante superfície têxtil, além disso, houve também algumas peças com a imagem de vulcão e seus neutrinos estampados.

Um ponto de destaque para mim foram os vestidos longos que fecharam a apresentação, todos eles tinham um trabalho manual muito fascinante e transparências localizadas nas laterais o que dava uma silhueta esguia e imponente a quem vestir tal peça, essas eram acompanhadas de mangas avulsas que davam à impressão de casulo as modelos.

Outro ponto de destaque que percebi durante a apresentação e depois tive contato no release da marca foram os sapatos, se anteriormente Glória Coelho tinha colaborado com a belga Kipling nessa estação a estilista firmou colaboração com a boutique de calçados e acessórios Shoestock, na criação de ankle boots, scarpins e botas de cano longo, essa parceria tal qual a das bolsas é limitada e um ponto interessante é que estes foram inspirados em um dos pontos centrais da coleção que foram os neutrinos (partículas sub atômicas que segundo recente e polêmica teoria, são capazes de superar a velocidade da luz).

Particularmente foi bem proveitoso, confesso aqui que nunca havia assistido um desfile tão bem produzido e amarrado esteticamente, além disso era um desfile limpo sem nenhuma invenção onde a função era simplesmente mostrar as peças e nada mais.

Deixo aqui meus agradecimentos a: Bel Nunes, Graça Amazonas e Grazielle Araújo que proporcionaram a mim e a Francine Aristmunho a oportunidade de assistir tal espetáculo.

Abaixo o vídeo da entrada final das modelos no desfile de Glória Coelho inverno 2012.


http://www.youtube.com/watch?v=O8HXxd2pVFc&list=UU_Ok1fl1X2INv1



(Imagem retirada de: http://www.roupas.com/gloria-coelho/ e Vídeo feito por Rodolfo Alves, @rodolfoalves_)

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

SPFW: São Paulo Fashion Week




“Com silhuetas eduardianas e capacetes de futebol americano estilista estréia na SPFW"



Após uma semana concorrida com a SPFW, estou de volta para atualizar o blog, graças ao convite da blogueira Francine Aristmunho estive presente no evento.

O desfile que assistimos no nosso primeiro dia de cobertura foi uma agradável surpresa, já que se tratava a estréia de Rodrigo Rosner, estilista oriundo da semana de moda casa de criadores. Nesse primeiro desfile o designer trabalhou com tecidos leves e transparências além de bordados estrategicamente localizados.

Um fato que chamou atenção na apresentação foram os adereços utilizados na cabeça das modelos que transitava entre o popular futebol americano e o elitista hipismo, entre outras referências perceptíveis o designer afirmou em entrevistas que sua inspiração principal foi a Mariposa, animal de onde ele tirou as camadas têxteis e as superfícies trabalhadas.

Na minha modesta opinião de blogueiro independente, foi uma ótima estréia e me surpreendeu positivamente, achei o trabalho dele um tanto quanto parecido com o do estilista Lino Villaventura talvez pelo fato de ambos trabalharem com vestidos de festa e trabalharem com bordados, não vi a referência a mariposa para mim o desfile transitou muito mais entre o hipismo e o Futebol americano isso para mim ficou evidente nas silhuetas que transitavam entre justas e amplas, as primeiras me remeteram ao período eduardiano em que o hipismo era o esporte da moda e as amplas ao período atual com conforto e praticidade.

E óbvio que não são roupas para dia a dia e sim para uma ocasião especial que pede uma roupa mais adornada e luxuosa, para uma estréia foi uma uma ousadia extremamente interessante.
Deixo aqui meus desejos de sorte e sucesso a R.Rosner e bem vindo a SPFW












(Fotos retiradas dos sites: Editoriale e Lilian Pacce)

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Lady Gaga do Jurunas, Beyoncé do Pará, Tina Turner da Amazônia?




Gaby Amarantos, um fenômeno musical e fashionista.

Olá queridos leitores tudo bem com vocês, era para fazer outro post sobre a polêmica Lea T, mas o programa da Regina Casé no domingo passado me apresentou um fenômeno não só musical, mas também fashion, ela se chama Gaby Amarantos e é um fenômeno no norte do país.
Lançando agora seu primeiro cd solo intitulado “Treme” a artista se reinventou no seu som miscigenado que mistura guitarrada, carimbo, calypso, lambada, e no estilo com a consultoria de estilistas badalados a exemplo de Walério Araújo, esse reinvenção visual pode ser constatada no seu primeiro vídeo chamado de “Xirley Xarque e os malacos da TF”.



Nesse vídeo a artista se apresenta como um ícone da geração internet que se faz e divulga-se gratuitamente na rede, outro ponto de surpresa no vídeo é o estilo da cantora que se lapida enquanto a música desenrola-se, no início ela se apresenta com uma vestimenta simples a qual vai mudando e sofisticando-se a exemplo do vestido vermelho com luzes de led que aparece no final do vídeo.
Um ponto que chamou meu interesse é como a artista se utiliza das luzes de led e penas para o seu figurino além dos cristais, paetês e brocados, a própria já disse em entrevistas que o seu figurino é concebido justamente para chamar atenção e sua inspiração principal são as festas de aparelhagem tão tradicionais no Pará estado onde nasceu e mora a cantora.


Após essa apresentação deixo aqui aberto o espaço para a opinião de vocês o que vocês leitores acham de Gaby, além de cantora ela pode já ser considerada um ícone de moda?

http://www.youtube.com/watch?v=niGt6fhwMtA




(Fontes fotográficas: http://www.festivalvaradouro.art.br/tag/gaby-amarantos, http://blognotasmusicais.blogspot.com/2012/01/ep-gratuito-antecipa-em-fevereiro-album.html e Youtube)