Uma estreia tímida
É assim
que pode ser definido o “relançamento” da Maison de Elsa Schiaparelli na semana
de alta costura em Paris. Contemporânea de Coco Chanel, Elsa sempre trabalhou o
lado lúdico da moda, seja através de acessórios como o chapéu sapato, a manga
pagode e introduziu definitivamente o rosa choque na moda, além de realizar
parcerias com nomes surrealistas do quilate de Salvador Dalí.
Mas após
a morte da criadora não houve nenhum Karl Lagerfeld ou Bernard Arnault para
tocar a grife, o que a levou para o ostracismo do qual Diego Della Valle da Tod’s quer retirá-la e colocar a Schiaparelli nos
holofotes novamente. Para isso ele recrutou Marco Zanini que até o verão 2014
era diretor criativo da Maison Rochas e apresentou essa manhã sua primeira
coleção no comando da Schiaparelli.
Entretanto
tal qual Raf Simons na sua estreia na Christian Dior, a coleção dessa manhã foi
uma retrospectiva dos clássicos de Elsa, estavam na passarela as mangas
presunto, as modelagens diferenciadas e as estampas. Porém vale ressaltar que
não houve de fato uma reciclagem e muito menos menção aos bolsos gaveta e ao
rosa choque, a primeira vista parecia uma exuberância tímida e renascida tal qual
uma criança quando vê o mundo prela primeira vez.
Embora
com um lado retrô e conformista, no desfile também houve uma ruptura
principalmente nas estruturas, Zanini misturou com maestria paletós com corte
masculino em vestidos de festa extremamente femininos criando uma visão
diferenciada e até um pouco andrógena. Foi como se o estilista estivesse
diluindo a exuberância surrealista para trabalhá-la mais sutilmente, destaque
para os ombros que receberam aplicações, e também apareceram marcados em alguns
looks. Foi uma estreia tímida, entretanto vale a menção que por ser o 1°
desfile Marco e Diego Della Valle atingiram seus objetivos de relançamento e reintrodução
de Elsa no mercado de moda mundial.
(Fotos retiradas de In Voga)
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