“Não
é por que você tem menor poder aquisitivo que não pode admirar algo de
design...”
Olá
leitores, depois da primeira parte de entrevista com a Julia Petit, volto aqui
para falar do bate papo com Alexandre Herchcovitch ocorrido no sábado.
Após
a constatação que há coisas que ocorrem no mundo da moda e que necessariamente
não precisam de explicação, o designer começou a contar um pouco do mercado
para quem não sabe o Alexandre não é dono de sua marca há cinco anos ele
realizou a venda de seu nome, ou seja, a parte de gerenciamento passou a um
grupo, isso permite que ele se concentre na criação, porém isso não é fácil já
que ele vive em constante pressão para atender os anseios dos novos donos da
marca.
Nesse
mesmo bloco de assuntos perguntaram a ele sua opinião sobre as parcerias
firmadas entre grifes classe A e grandes magazines, para ele isso é um
movimento interessante já que como ele bem citou não é por que você tem menor poder
aquisitivo que não pode admirar ou se utilizar de um objeto de design, portanto
essas parcerias atendem a esse público que é ávido por moda, mas com menor
poder aquisitivo.
Posteriormente
ele continuou dizendo sobre essa nova cara da marca, ele salientou que seu início
em empresa familiar onde todos se conheciam e se entendiam facilitou para que
Alexandre Herchcovitch saísse da zona de conforto isto é vendesse sua marca e
se dedicasse apenas a criação. Essa nova fase da marca também serviu para
deixar claro algumas coisas para quem não sabe o alcance da marca hoje em dia é
assombroso.
Alexandre
deixou isso bem claro citando que são 25 contratos de licenciamento o que
totaliza no mercado 1.500 produtos com sua marca, engana-se quem imagina isso
fora de controle como o próprio disse há sua aprovação para cada peça seja um edredom
seja uma caneca ou uma camiseta, embora o próprio não desenhe todas as peças a
sua equipe de criação envia todos os produtos para avaliação dele independente
de qual setor seja.
Para
o designer o lançamento de uma coleção principalmente com tantos licenciamentos
requer muito tempo já que ele lança diversos produtos a cada seis meses, isso
implica em um minucioso plano de marketing que engloba consumo, histórico de
vendas, faixas de preço, cronologia entre outros, porém a criação de Alexandre
Herchcovitch começa muito antes exatamente 10 meses pois esse período serve
para amadurecer a ideia.
A
estrutura do designer é bem simples: Tema, cores, tecidos, roupas de passarela
e comercial, porém por ter seu nome aliado a muitos produtos requer uma atenção
especial e maior cuidado. Para Herchcovitch o novo calendário é muito benéfico já
que garante uma maior segurança para o criador e menos erros na escolha de
tecidos além de permitir que o criador se dedique mais a suas criações para
realizar um produto melhor.
A
partir desse momento foi aberta a rodada de perguntas o que foi muito
interessante é que a grande maioria foi sobre a relação Herchcovitch e a classe
C, sobre isso o designer deixou bem claro que sempre olhou a esse nicho
mercadológico um exemplo disso é a marca de jeans dele que é mais popular e
barata para os padrões de Alexandre. E outro ponto que ele deixou claro é que para
realizar cada lançamento são necessários estudos e não simplesmente lançar para
o mercado.
Bem
queridos leitores, a proposta era dividir o papo com Alexandre em dois posts,
porém tal qual a entrevista de Julia Petit ele será dividido em três, portanto
até a próxima.
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