“Raf Simons faz uma
retrospectiva histórica previsível na Christian Dior.”
Olá Leitores do blog, dando um tempo
na SPFW vamos pegar a ponte aérea e ir até Paris que hoje pela manhã teve
desfile de alta – costura da Christian Dior. Como eu havia dito anteriormente
muito se especulava sobre quem seria o seu diretor criativo, mas essa manhã
tivemos a prova definitiva, como anteriormente confirmado pela imprensa
estrangeira Raf Simons da Jil Sander largou a marca alemã assumindo assim o
posto que outrora fora ocupado por Bill Gayteen, John Galliano, Marc Bohan, Yves
Saint Laurent, Gianfranco Ferré e do próprio Dior, o que se viu na passarela se
pudesse definir em uma palavra seria decepção.
Com
a contratação de Raf a imprensa toda e até eu pensamos que viria uma nova era
de ouro da marca com uma alta - costura marcante e teatral tal qual Galliano,
mas com um pé na realidade, ou seja, um sonho usável já que acima de tudo a
alta - costura tem esse papel na indústria da moda, o papel de vender sonhos e
desejos que serão depois reinterpretados para milhões de consumidores ávidos em
diversos lugares do mundo do oriente ao ocidente. Mas o designer que hoje estreou
nessa função esqueceu-se desse papel central apresentando uma Dior minimalista
e sem graça nenhuma com roupas que particularmente qualquer marca da SPFW ou
Fashion Rio poderia ter desfilado.
Minimalista
no uso teatral das cores que Galliano tanto ousava no seu período áureo, mas não
nas silhuetas se o ultimo desfile de Bill Gayteen no controle da marca já havia
sido uma retrospectiva disfarçada de coleção, Raf Simons fez o mesmo com uma
apurada pesquisa aos arquivos da marca trazendo as silhuetas clássicas das
décadas de 40 e 50 a exemplo do tailleur Bar ou como Carmel Snow da Harper’s
Bazaar americana apelidou de New Look no pós 2° guerra mundial, além dessa mítica
silhueta houve o retorno do vestido preto ajustado um clássico da marca no fim
da década de 40 assim como os vestidos de festa de linhas puristas que na
releitura de 2013 ganharam mangas compridas até os pulsos.
Mas
no meio desse marasmo merece destaque a alfaiataria precisa e bem modelada da
marca que mostra o lado b da Christian Dior o de ternos bem estruturados
e modelados além de um preciso uso do preto criando conjuntos simples mais
comerciais. Raf Simons pode ter mexido em um dos pilares centrais da alta –
costura francesa, mas no final mostrou que o antídoto para a crise que assola a
Europa não se resume a apresentações teatrais e sim em uma boa roupa clássica e
atemporal tal qual a Christian Dior é e sempre será.
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