“Joana
d’Arc persegue malévola no inverno de Vitor Zerbinato.”
Como
salientei na quarta feira, ontem foi realizado o desfile da coleção de Vitor
Zerbinato, eu jornalisticamente falando gostei muito do que vi. Desde a ambientação
com velas e castiçais que remetiam a idade média e também a grutas ou cavernas
de bruxas e feiticeiras, descobri ontem conversando com o próprio José Vitor
que a coleção estava baseada na perseguição de rainhas e bruxas isto é o lado
noturno/gótico da coleção eram as feiticeiras, e o dourado as rainhas e
impérios.
Agora
o desfile, com uma trilha sonora orquestrada por Ronaldo Costa a apresentação
começou mostrando os tons mais rosáceos isto é como se fosse o período de
busca, procura ou transição entre o real e o mágico, como bem definiu uma amiga
minha é como se os rosáceos fossem as florestas que separam o dourado do preto o
meio do caminho entende? Nesse 1° bloco vi muitas transparências com diversas
aplicações ao estilo de Maria Antonieta quase barroco. Nessa coleção percebe-se
uma continuação do trabalho com aplicações do estilista, porém engana-se quem
imagina apenas uma sereia versão real já que esse trabalho não lembra corais e conchas
e sim arabescos que automaticamente remetem as janelas e louças utilizadas no
período.
Depois
dessa abertura onde foi mostrado um maduro trabalho com pedrarias, texturas e
aplicações. Foi que as bruxas invadiram a passarela com direito a muito preto e
dourado além de golas bordadas que remetiam a colares e tules ultrafinos que
foram empregados como segunda pele dando a ilusão da nudez, mas só as bruxas
têm direito a usar preto? Não, nessa parte também surgem as rainhas
contemporâneas que vestem looks estruturados de couro matelassado, jacquard e
aplicações que não remetem a coroas ou joias e sim a corselets quase armaduras
foi nesse bloco que vi uma releitura moderna de Joana d’Arc que corre
atrás de seus objetivos e não se esquece de seu lado feminino.
Outro
ponto curioso foi que percebi uma tendência do designer brincar nessa coleção
com os opostos, em muitos looks vi referências ao guarda roupa do sexo oposto como
se ele oferecesse a armadura necessária para a rainha caçar as bruxas, vi isso
principalmente em algumas aplicações em camisetas de malha que davam um toque
todo especial a peça. E por fim o encerramento do desfile onde houve a
referência a Malévola através do uso de roxo, nas mãos do designer a bruxa de
bela adormecida renuncia as capas negras para vestir-se com hot pants bordadas
e casacos que combinam o couro ao paetê criando uma releitura moderna e sexy de
uma das bruxas mais conhecidas dos contos de fada.
(Fotos: Divulgação e Disney Clássicos)
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