Chanel
viaja ao Texas e apresentando uma coleção estereotipada e confusa
Gabrielle “Coco” e os Estados Unidos
sempre tiveram uma relação de mútuo respeito. Não é a toa que madame foi
contratada por estúdios de Hollywood para criar figurinos, e a imprensa
americana aplaudiu a reabertura da Chanel em 1954 enquanto a europeia condenou dizendo
que o estilo da marca não estava conectado com a linha H de Christian Dior.
Pensando justamente em toda essa
herança, foi que Karl Lagerfeld escolheu o Texas para apresentar a sua “pré”
coleção de outono chamada de “Métiers d’ Art”, entretanto o que era para ser um
desfile com elegância se tornou uma mistura indigesta de índios e colonos. Nada
contra, é muito interessante essa
revisitação histórica, mas ela não precisava ser tão explícita, há outros
prismas desse mesmo assunto para serem analisados. Porém Karl Lagerfeld
resolveu ir pelo mais óbvio, então esqueça a sapatilha de bico preto e o casaco
de tweed preto.
O outono da marca será totalmente
americano, com direto a aplicações e botas de cano alto e bico fino, outra característica
muito forte nessa coleção foram os tricôs remetendo a cobertores e tapeçarias
indígenas, além dos vestidos que mesclavam a elegância do preto com as cores fortes
utilizadas pelos habitantes do oeste americano em suas vestimentas. As calças também seguem o mesmo conceito, ao
invés da alfaiataria precisa a arquitetonicamente correta o Kaiser apresenta
nessa temporada uma boca de sino em tweed em um tom caramelo.
Esse desfile realizado ontem é um
bom exemplo de como o styling
desestrutura uma apresentação, acabou que o outono será totalmente Texas
e menos Chanel, por falar nela por onde anda Gabrielle nessa coleção?
(Fotos retiradas de Style.com)
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