quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Palavras De Moda: Palestra: Processo Criativo – das Referências ao Projeto Final

“Não Sei Quem é Prada”

Rose Andrade

            Essa foi a resposta de Espedito Seleiro, artesão de Nova Olinda depois de um desentendimento com a equipe de estilo de Miuccia Prada. Seria apenas uma história banal, entretanto ela estava em sintonia com a última palestra do evento Palavras de Moda, denominada Processo Criativo – Das Referências ao Projeto Final.

            Ministrada por Rose Andrade que há seis anos coordena o livro Inspiração Brasil + B da ABEST (Associação Brasileira dos Estilistas). A palestra foi iniciada com um patchwork, na realidade Rose começou explicando que há espaço e mercado para tudo. Não é a toa que a Prada veio ao Brasil em 2005 para realizar uma pesquisa em Nova Olinda, com o filho do sapateiro de Lampião e Maria Bonita. Um dos maiores desafios desse processo é justamente esse, olhar para o simples para as pequenas coisas como bem definiu Rose é “Ouvir a Voz do Coração”.




            Para conseguir chegar a criação de fato a profissional disse que é indispensável a observação, e que isso é um desafio já que é necessário que nos coloquemos no lugar do outro para tentar imaginar o seu desejo. Um exemplo disso foi um vídeo da Prada dirigido por Roman Polansky, Rose ainda salientou que nunca se falou tanto nessa palavra desejo.

            Entretanto há também o anti – desejo, nesse caso o objeto em si e não o seu marketing, como exemplo da “nova” criação a profissional destacou a coleção de Rei Kawakubo da Comme Des Garçons, na coleção destacada houve a criação de 22 looks independentes, ou seja, cada um era um desfile único com duração de 15 minutos, foi uma ideia genial pensar em uma coleção assim, já que nos leva a refletir será que a moda é unicamente consumo?




            Por fim Rose destacou também as apresentações de Rick Owens e Raquel Davidowicz da Uma na SPFW, ambas as marcas utilizaram a ideia de um corpo de baile ao invés de modelos comuns. Poderia até ser o caso de uma “cópia”, entretanto a profissional destacou algumas diferenças entre as coleções e fez alguns apontamentos sobre as marcas e principalmente a Uma, enquanto Rick provoca uma ruptura a cada coleção sem manter a continuidade, Raquel mantém o mesmo estilo minimalista e cada coleção sua é uma continuação da anterior o que provoca uma fidelização da clientela.



            Encerrando a palestra ela foi categórica em afirmar que o Brasil precisa parar de consumir o de fora, e valorizar o interno. Esse trabalho é justamente o que Rose desempenha na ABEST, para ilustrar isso ela passou um vídeo com um resumo das edições do Inspiração Brasil até o mais recente de Inverno 2014.

(Foto Retirada de ABEST

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