Uma
Borboleta teatral e burlesca
Depois da realeza de Elie Saab, Jean
Paul Gaulter foi exatamente o antídoto necessário. Se um estilista trabalha
elegantemente com criolinas e tules, o enfant terrible da costura francesa
anarquizou todas essas regras assim como Vivienne Westwood.
Inspirado nas borboletas, o
estilista as desconstruiu explorando desde as cores até a estrutura desses
pequenos insetos, essa desconstrução era visível nos looks apresentados já que
cada um tinha um detalhe e uma estrutura diferenciada, a 1° vista parecia haver
uma falta de unidade na coleção de Gaultiter, mas isso não ocorreu já que ele
soube trabalhar apuradamente com cada um dos componentes da borboleta.
Sua alfaiataria merece todos os elogios,
com saias e paletós estruturados ele conseguiu trazer a referência para o
cotidiano explorando as golas dos paletós como se fossem asas da borboleta o
que dá um efeito impressionante ao vivo, além disso, Gaultier também criou
calças e blusas mais rebuscadas na medida para sua clientela mista assim como
as linhas de criação apresentadas. O mais impactante foi que o estilista
subverteu as regras e não apresentou grupos de roupas e sim alternou mostrando
looks conformistas com outros mais ousados.
Nessa coleção também era possível perceber
um tom de retrospectiva, em um dos looks Gaultier recriou sutilmente o corselet
de Madonna no show ambição loira de 1990, porém o final do desfile guardava
alguns pontos de impacto onde de fato estava a borboleta proposta, usando Dita
Von Teese como modelo o estilista apresentou a inspiração em completa magnitude,
embora o último bloco tenha sido majestoso em sua totalidade o look de Dita era
de fato a borboleta com direito a estruturas semelhantes a asas e cores também
semelhantes as do inseto. E como todo desfile de couture, Gaultier encerrou a
apresentação com uma noiva, mas não a convencional de vestido branco sonhador,
e sim com uma bailarina de cabaret de véu e penas como as dançarinas de cancan.
(Fotos retiradas de WWD)
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