Na
UTI com Christian Dior
Se a estreia de Elsa Schiaparelli
foi abaixo das expectativas, o mesmo pode se dizer de Christian Dior que
desfilou sua coleção no Musée Rodin. Embora a cenografia e a locação fossem bem
escolhidas e harmônicas o mesmo não se refletiu na coleção de Raf Simons.
A marca que já teve desfiles memoráveis
nas mãos de John Galliano, Gianfranco Ferré, Yves Saint Laurent aparentemente
ficou tímida e apática. Essa sensação de apatia e timidez fica clara quando é
observada a cartela de cores da coleção apresentada hoje em Paris, ao invés de
longos farfalhantes e vestidos marcantes, Raf aparentemente voltou à década de
60 e como diz um estilista amigo meu criou uma coleção sem “axé”.
Uma das marcas dessa falta de
criação foram os vestidos vazados estilo tela mosqueteira, e os macacões ao
estilo Vanessa Giácomo de Amor a Vida. Porém a coleção guardava algumas
surpresas, por mais desanimada que fosse a cartela Raf Simons fez um trabalho
instigante com camadas de organza além de trabalhar volumes em peças de
alfaiataria remetendo ao icônico tailleur Bar lançado por Dior em 1947 e já
reverenciado na 1° coleção de Simons na Maison.
Poderia citar aqui algumas
referências ao trabalho de Martha Medeiros, e Gloria Coelho, entretanto há de
se pensar, será que Raf Simons é realmente o estilista perfeito para criar a
alta costura da Dior? Pois a coleção desfilada hoje diz o contrário. Havia o
requinte necessário para uma apresentação memorável, mas não houve o cuidado e
o acabamento, ressaltando que Christian Dior está na UTI e ninguém se importa
com isso.
(Fotos Retiradas de In Voga)
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